domingo, 18 de março de 2012

Criação é uma obra que sempre está em construção.

Por: Carlos Eduardo Dezan Scopinho* Rodrigo Vieira da Silva** Apesar de o conceito criativo ser aclamado pelos departamentos de criação das agências, devemos ter a consciência de que nem todo anúncio é, de fato, criativo. A partir do resgate teórico, no qual os conceitos são tratados à luz da publicidade, busca-se estabelecer a compreensão dos temas. Para elucidar tais questões, as reflexões apontam que a publicidade criativa é essencialmente simples e apresenta uma releitura do cotidiano. Uma agência de publicidade é geralmente composta por cinco setores básicos: atendimento, planejamento, criação, mídia e produção. A sessão responsável por dar vida e forma aos anúncios, queridos pelo planejamento e baseado nas informações transmitidas pelo pelo atendimento através do briefing, é a criação. A própria palavra criação induz qualquer mortal a pensar que os criativos das agências são seres dotados de uma capacidade imaginária sem precedentes, como se suas ideias geniais nascessem a todo instante, a cada suspiro. Mero engano. Afinal, estes seres são pessoas normais, como eu, você, o porteiro e o padeiro. Além disso, nem tudo que é criado é, de fato, criativo. Então o que é e o difere criação de criatividade? Segundo uma das mais remotas definições, dada por Platão, a criatividade estaria ligada a um dom divino. Já Aristóteles pensava em algo relacionado ao prático, ao “fazer”. Criatividade também foi definida como loucura e, mais tarde, para explicar a capacidade de Da Vinci, Vasari, Telésio e Michelângelo foi considerada como genialidade. Com o passar dos séculos, o conceito de criatividade passou a incorporar novas teorias vindas, por exemplo, da psicologia e da psicanálise (SOUZA, 2001). De tal modo, a conceituação de criatividade depende apenas de um ponto de vista, de um olhar ou de uma percepção. Sant´anna, baseia-se na ideia de que o processo criativo – criação - é ordenado por uma metodologia própria. Defende ainda que a criatividade inicia-se no conhecimento sobre os fatos, a situação e compreensão das informações sobre o assunto, o que levará à definição dos objetivos e metas de desenvolvimento. Posterior a tais considerações, irá tratar da criatividade, cujo processo exige associações de impressões antigas – repertório – a formação de novas ideias, onde será relevante a reunião de novos caminhos lógicos, provenientes da exposição do problema, tais associações são provocadas intencionalmente pelo criador para a busca de soluções conjuntas. A base da criatividade é o brainstorm. As ideias criativas, com mais imaginação e originalidade, deverão estar em consonância com os objetivos propostos pela “unique selling proposition”, pois ela representará o tema que será abordado na campanha publicitária. Ainda Sant´anna remete que a interpretação será decisiva, encontrar a melhor forma de expor a criatividade, pois ela direcionará a compra, a estabelecer diálogo com os diferentes públicos consumidores. E por fim, comprovar que a ideia adotada é de fato a solução, a concluir o ciclo estruturado e ordenado da criação. Barreto acredita que a criatividade e a força editorial estão atreladas, e a última está na potencialidade do texto – redação – pois nela estará a fundamentação coerente em argumentos. O autor ainda valoriza as diferentes formas expressivas da mensagem, transpondo à criatividade, o caráter, multiforme, desempenho próprio e singular, seja ao defender uma tese, seja pela humanização da mensagem, ou até mesmo no story-appeal. Cada elemento estruturado, organizado, junto aos desejos e anseios do público. Desta forma elevará a criatividade rumo ao processo criativo em seu objetivo persuasivo. Valendo ressaltar que: o mundo da propaganda vem sendo virado do avesso pelas mudanças aceleradas no processo de comunicação, apesar disso não ser nenhuma novidade. Bravo mesmo é ser assertivo na hora de apontar os caminhos para a publicidade, principalmente em sua convergência com a era digital. Segundo Walter Longo, mentor de estratégia e inovação do Grupo Newcomm, as agências devem passar por uma profunda adaptação, que está baseada em um novo conceito apelidado de tripé: Publicidade, Entretenimento e Interatividade. (Fonte: Portal do Administrador) *Professor Mestre em Comunicação – Redação Públicitária. ** Aluno do Curso de Comunicação – Publicidade e Propaganda da UNINOVE. Referências Bibliográficas: BARRETO, Roberto Menna. Criatividade em Propaganda. São Paulo: Summus, 1982. SANT’ANNA, Armando. Teoria, técnica e prática da propaganda. São Paulo: Pioneira, 1977. Webgrafia http://cri-a-tividade.blogspot.com.br/ http://www.slideshare.net/loammisantos/criatividade-6812842

sábado, 17 de março de 2012

Buzz... bordões ou vírus? As frases que viraram fenômeno na internet e no cotidiano das pessoas também é uma lição de comunicação.

A utilização de algumas das plataformas de mídias sociais, como Orkut, Facebook e Twitter, acabam se tornando o epicentro da comunicação e do marketing através de um modelo que descreve as motivações básicas que leva alguém a optar por uma situação informacional ou mesmo pela apreciação de uma marca. Claro que essas plataformas de comunicação têm algumas falhas, o que o torna contra-indicado para ser aplicado isoladamente em um departamento comercial. No entanto, seu conceito continua sendo fundamental para visualizar a espinha dorsal do marketing, da propaganda e do comportamento do consumidor. Despertando a curiosidade você com certeza já sabe ou deve estar querendo saber "Quem é a Luiza que foi pro Canadá". A frase original, "Menos a Luiza que está no Canadá" ou diversas variantes se espalharam na internet virando um bordão, assim como a letra da música de Michel Teló: “Ai se eu te pego”, um meme que teve adesão de muitos, mas muitos usuários. Só na terceira semana de janeiro deste ano foram mais de 145 mil tweets citando Luiza. A frase é de um comercial de televisão veiculado em João Pessoa (PB). A propaganda fala sobre o lançamento de um prédio residencial, estrelado por Gerardo Rabello, um colunista Social, conhecido naquele Estado, como uma celebridade local. Durante a peça publicitária ele fala sobre o empreendimento e ressalta que o sucesso é tão grande que ele convidou toda a família para falar sobre o sucesso do prédio e emenda: "Menos Luiza, que está no Canadá". Luiza a filha de Gerardo, uma adolescente de 17 anos e que nesta época estava realizando intercâmbio cultural no Canadá. A primeira veiculação do comercial aconteceu numa quarta-feira (11/01) e em menos de 24 horas o assunto ficou entre os 10 mais comentados do Twitter em todo o país com a hashtag #LuizaEstanoCanada, além de inúmeras montagens que foram veiculadas no Facebook e no Youtube. Até artistas consagrados entraram na brincadeira. Foi o caso do cantor Lenine, que em show feito em João Pessoa em 13 de janeiro, agradeceu a presença de todos os presentes, menos de Luíza que estava no Canadá. “Que maravilha, está todo mundo aqui rapaz, só não está a Luíza que está lá no Canadá”. Várias empresas de renome atuantes na internet se utilizou da frase para promover seus produtos. "A Luiza está no Canadá, mas se você prefere ir para a Europa, com o nosso promocode 106681 você ganha 15% de desconto para voar até 15/04!", diz o tweet da Tam. Em entrevista ao G1 (Portal Globo de televisão), Gerardo Rabello falou sobre a repercussão do vídeo. “Isto é uma avalanche, a família se reuniu e achou melhor antecipar a volta dela para o Brasil. Porém, não se imaginava que um simples comercial pudesse ter toda esta repercussão. Só queremos ficar do lado dela”. Algumas pessoas especulam que a frase tenha sido colocada no vídeo justamente com a função de ser viralizada. Gerardo alega que por conta de ser uma família conhecida, o público perceberia a falta da filha. Independente da razão, a frase virou um meme surpreendente. Etimologicamente, um meme é considerado uma unidade de evolução cultural que pode de alguma forma autopropagar-se. Oriunda dos Gregos “mimeme”, significa imitação ou representação e podem ser ideias ou partes de ideias, línguas, sons, desenhos, capacidades, valores estéticos e morais, ou qualquer outra coisa que possa ser aprendida facilmente e transmitida enquanto unidade autônoma. O estudo dos modelos evolutivos da transferência de informação é conhecido como memética. Quando usado num contexto coloquial e não especializado, o termo meme pode significar apenas a transmissão de informação de uma mente para outra. Este uso aproxima o termo da analogia da "linguagem como vírus", afastando-o do propósito original de Dawkins , que procurava definir os memes como replicadores de comportamentos, formadores de cultura e valores. Ainda que tal possa surpreender alguns defensores da memética, conceitos similares ao de meme antecedem em muito a proposta de Dawkins. Tanto Platão quanto Aristóteles viam, na mimesi, a representação da natureza. Contudo, para Platão toda a criação era uma imitação, até mesmo a criação do mundo era uma imitação da natureza verdadeira (o mundo das idéias). Sendo assim, a representação artística do mundo físico seria uma imitação de segunda mão. Desta forma, não existe uma fórmula do meme perfeito, porém, podem conter a ação pode conter um toque de humor, ser engraçado é um requisito básico ou mesmo,ter sorte, e proporcionar status, após ser descoberto entre milhões de links. Trocando em miúdos, caiu na rede é peixe.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Ideologia: A influência da cultura Norte-Americana

É difícil enxergar com clareza as coisas que estão muito próximas de nós, sobretudo quando elas já se encontram ali desde que nascemos fazendo parte da nossa rotina e compondo o cenário do nosso cotidiano. Pelo fato de conviver com elas o tempo todo, nós as encaramos como naturais, raramente questionando suas origens, razões de serem, funções reais, a quem estão beneficiando e como poderia ser nossa vida sem elas.
A todo o momento, em todos os lugares, percebemos nossa condição de colônia cultural norte-americana evidenciada. A língua inglesa é sem dúvida a segunda mais importante do país e a primeira do mundo, e isso nos é mostrado nas marcas de nossas roupas, veículos, cigarros, letreiros de bares e lojas, nas FMs, nos filmes, TV, em revistas, brinquedos, etc. Não conhecemos sequer qual seria o mundo brasileiro de viver.
Atolados e sufocados pela dominação norte-americana, não sabemos o que fomos, somos. Perdemos, em termos culturais, nossas raízes, nossa identidade e nossa riqueza.
Há tempos somos vítimas de um processo de coisificação e despersonalização, reduzidos a meros consumidores de bens e hábitos que não condizem com nossa realidade, e os meios de comunicação de massa, exercem papel de fundamental importância no chamado “estilo americano de ser”.
Reconhecemos que chegam até nós muitas coisas boas da cultura norte-americana. Devemos apreciá-las e incorporá-las. A questão não é execrar culturas diversas, mas cuidar pare que elas se interajam em igualdade de condições e benefícios e questionar o monopólio de nossa cultura estar nas mãos dos americanos.
Shopping Center, baby, heavy metal, love, please, bye bye, lady, darling, surf, Disney, status, impeachment, gentleman, god, relax, ok, cowboy, country, the best, tennis, dockside, breakfast, bus, trainning, são apenas umas poucas terminologias que foram incorporadas por nós.
Ingleses, franceses, italianos, holandeses, etc, não exercem uma influência tão marcante quanto a norte-americana. Talvez a ausência física do invasor e a imposição de sua cultura através do consumo e não da escravidão, nos dariam a ilusão de estarmos preservando nossa liberdade e exercendo uma autodeterminação.
A influência norte-americana evidencia-se também em termos gastronômicos: hot dog, milk shake, hamburger, cheese, dos mais diversos.
Na prateleira do supermercado vemos uma grande predominância de produtos de origem norte-americana, e mesmo os brasileiros levam nomes americanizados: Confort, Feel Free, Dan Up, Seven Boys, Ice Kiss e uma variedade a mais.
O Brasil sofre muita influência da cultura enlatada norte-americana, pois ele importa produtos e, estes quando não são importados, são influenciados por estas características. Cabendo à mídia publicitária a divulgação desses produtos e serviços.
A ideologia brasileira assemelha-se à ideologia norte-americana, devido esta influência. Ela nasce da classe dominante com o objetivo de universalizar seus ideais, que atendem puramente aos seus interesses. Em outras palavras, a ideologia brasileira origina-se de sua classe dominante, os EUA. Com isso, os valores dos brasileiros, assemelham-se cada vez mais aos valores dominados.
A sociedade de massa e de consumo, por produzir tudo em grande quantidade, prepara a sociedade para consumir tudo que é produzido, através dos meios de comunicação de massa. É principalmente a classe média e alta quem consome tais produtos, concentrando-se na região sudeste do país, mesma região onde concentram-se a grande maioria das multinacionais. É devido a este fator que tais classes adquirem esses produtos culturais, levando o país a ser influenciado pela região sudeste.
Os meios de comunicação utilizam técnicas que introduzem a população à acreditar no que é transmitido por eles, fazendo-os consumir o que lhes é determinado. Os noticiários, artigos, programas de imprensa escrita e falada, demonstram-se neutros, imparciais, mais seu intuito não é bem este. É determinado o que irá ser transmitido de acordo com seus interesses.
Os EUA possuem um domínio grande na política interna e externa do Brasil, devido à dívida externa que o Brasil possui. Ele vende matéria-prima com baixos preços e importa produtos industrializados com altos preços, causando um déficit, obrigando o país a fazer empréstimos. Essa influência norte-americana provocou um desnível entre a identidade real e a imaginária do povo.
Devido à essa influência na vida dos brasileiros, houve uma falta de identificação deles mesmos com sua própria cultura. Mesmo as obras literárias, os contos possuem termos de origem americana.
A influência americana da TV no Brasil surgiu especificamente nas décadas de 50 e 60, com as vendas das produções de Hollywood, com o golpe de 1964, afim de evitar mais rebeliões, houve acordos do Brasil com os Estados Unidos da América a fim de alienar a população brasileira, impedindo o senso crítico da sociedade.
Até 1917 nosso samba era apenas cantado nas “rodas de samba”, e principalmente nas esquinas do Rio de Janeiro. Com o desenvolvimento da indústria fonográfica isso mudou e as gravadoras norte-americanas já instaladas entre nós, se lançaram de imediato, principalmente com caráter comercial. Desta forma, a indústria cultural brasileira nascia já vinculada ao capital estrangeiro.
Isso ocorreu também com a indústria cinematográfica, uma invasão de filmes começou a divulgar o “American Way of Life”! Dessa maneira, homens e mulheres começaram a copiar o que viam nas telas do cinema e achavam que com isso estavam “virando gente”.
A arte hollywoodiana penetrava em nossas vidas. Em tudo e por tudo íamos nos tornando verdadeiras imitações dos norte-americanos.
E nesse bang-bang muito de nossa cultura foi destruída. O rock foi o último a ser incorporado pela juventude brasileira, pois esta o via como símbolo dos EUA, a nação imperialista que eles tanto denunciavam.
Mas esta barreira foi quebrada, e de repente, o rock inglês e o norte-americano tomaram de vez os espaços de nossas redes de rádio e TV. Daí para frente trilhariam um caminho muito fácil para as importações, consumismos e imitações.
A TV inaugurada no Brasil em 18 de setembro de 1950 através da extinta TV Tupi de São Paulo, contou com propagandas que eram elaboradas pela MC Cann Erickson dos Estados Unidos, que finalmente na década de 1960 a TV se tornava o mais importante ramo de nossa indústria cultural.
Em 1965 surge a TV Globo, desde o começo protegida pelos militares e ligada ao capital norte-americano. Devido a isso, em pouco tempo, ela atingiu os maiores índices de audência e de investimentos publicitários.
Juntamente com as FMs, a TV participou ativamente do processo de colonialismo cultural interno (São Paulo e Rio de Janeiro) e externo: mesmo nas regiões mais quentes do Brasil o tênnis e a calça Lee, começaram a ser usados, todos imitavam o comportamento dos surfistas das telenovelas; e mesmo nos lugares com ritmos essencialmente brasileiros, passou-se a dançar o rock nas recém inauguradas discotecas do tipo Dancing Days. A televisão nos transformaram em “dois Brasis”: aquele que a gente vivia não era igual àquele que a gente televia.
Resumindo: o vídeo apenas projetava para o telespectador aquilo que a potência capitalista-imperialista queria. Mas, não podemos condenar um meio de comunicação tão amplo. Se soubermos manter diante do vídeo uma atitude crítica e reflexão, seremos capazes de “desideologizar” seus conteúdos, ou seja, diferenciar o que é verdade do que é mito. Enfim, podemos ser seus usuários, ao invés de sermos reféns.
Considerada atualmente como “infância confinada”, as crianças de hoje tomam como modelos na estrutura de sua personalidade, os telepersonagens, os heróis dos quadrinhos e brinquedos informatizados.
A substituição do gramado pelo concreto, tornou as ruas perigosas, e a troca dos quintais, jardins e terrenos baldios, por minúsculos play-grounds resultou em pouquíssimos meios de distração, a não ser os produtos industrializados de uma sociedade que a substitui.
Esses produtos geralmente foram importados dos Estados Unidos para a “Geração X” nas décadas de 80, como a boneca Barbie, Falcon, Mickey, Playmobil e outros, sendo bem lucrativos, pois exploraram o hábito de colecionar, e proporcionarem as crianças desta época uma maior comodidade, pois coube aos produtores apenas repetir enredos de filmes ou tramas dos quadrinhos que os inspiravam.
A maioria dos brinquedos produzidos no Brasil, especialmente os da “Estrela”, foram importados dos EUA e seguiram o modelo americano de ser, insinuando o racismo e as diferenças de classes.
Atualmente nos deparamos com as novas gerações “Y” também chamada geração do milênio ou geração da Internet, é um conceito sociológico que se refere às pessoas nascidas após 1980 e, seguidas pela geração “Z”, para pessoas nascidas desde a segunda metade da década de 90 até os dias de hoje.
Segundo Eline Kullock, estudiosa no assunto e diretora do grupo Foco, a geração Y do Brasil, é uma geração que foca em feedback, é multitarefa, sonha em conciliar lazer e trabalho e é muito ligada em tecnologia e novas mídias. Alteraram completamente as formas de comunicação tanto em casa, no trabalho quanto com os amigos. Eline afirma: “Eles são também conhecidos como a geração do troféu, se beneficiaram de um período economicamente favorecido e tiveram em casa a liberdade que nenhuma outra geração teve.”
Enquanto grupo crescente, tem se tornado o público-alvo das ofertas de novos serviços e na difusão de novas tecnologias. As empresas desses segmentos visam a atender essa nova geração de consumidores, que constitui um público exigente e ávido por inovações. Preocupados com o meio ambiente e as causas sociais, têm um ponto de vista diferente das gerações anteriores, que viveram épocas de guerras e desemprego.
Mas se engana quem pensa que na Geração Y tudo são só flores. Nascidos numa época de pós-utopias e modificação de visões políticas e existenciais, a chamada Geração Y cresceu em meio a um crescente individualismo e extremada competição. Não são jovens que, em geral, têm a mesma consciência política das gerações da época contracultural. E também, como as informações aparecem numa progressão geométrica e circulam a uma velocidade e tempo jamais vistos antes, o conhecimento tende a ficar cada vez mais superficial.
Referências Bibliográficas
CHAUÍ, Marilena. O que é ideologia. São Paulo: Ed. Brasiliense, 2ª edição, 1981.
COELHO, Teixeira. O que é indústria cultural. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1ª edição, 1980.
DUALIB, Roberto e SIMONSEN, J. Harry. Criatividade e marketing. São Paulo: Mac Graw-Hill, 1990.
GARCIA, Nelson J. O que é propaganda ideológica. São Paulo: Ed. Brasiliense 10ª edição, 1992.
LANGNEUA, Gerard. A sociologia da publicidade. São Paulo: Edusp, 1981.


1.Geração X, também abreviado como Gen X, é o termo que refere-se a geração nascida após o "Baby boom".[1] Embora não haja acordo em relação ao período que a expressão abrange [2], ela geralmente inclui as pessoas nascidas a partir do início dos anos 1960 até o final dos anos 1970, podendo alcançar o início dos anos 1980, sem contudo ultrapassar 1984.

[1]↑Stephey, M.J.. "Gen-X: The Ignored Generation?", Time, 2008-04-16. Página visitada em 2010-05-03.
[2]↑ a b Encyclopedia of Identity By Ronald L. Jackson, II

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

CLASSE C AINDA ENFRENTA RESISTÊNCIA E PRECONCEITO DE EMPRESAS

Pesquisa realizada, a pedido da Folha de SP, pelo Instituto Data Popular, especializado em segmento de baixa renda, mostra que sete em cada dez empresas que atuam no mercado popular admitem existir algum tipo de preconceito ou resistência interna em suas organizações para atender a esse tipo de consumidor. Apenas 20% dos profissionais consideram estar de fato preparados para fazer negócios em um mercado que movimenta cerca de R$ 900 bilhões, se considerada somente a massa de renda dos brasileiros das classes C (com renda familiar de 3 a 10 salários mínimos) e D (1 a 3).
No levantamento foram ouvidos 117 executivos, em cargos de comando, de cem empresas com faturamento anual a partir de R$ 100 milhões e que já oferecem produtos e serviços para a nova classe média.
A falta de conhecimento (33,8%) e a comunicação (27,3) inadequada são apontadas como as principais dificuldades para atingir o mercado em ascensão. Falar a língua desse consumidor ainda não é fácil. Para 69% dos entrevistados, os fornecedores de serviços de marketing entendem pouco ou nada sobre a baixa renda, o que dificulta a aproximação com esse público.
O discurso aplicado no mundo corporativo não fala a mesma língua do consumidor popular, logo, não adianta baixar os preços, diminuir a embalagem ou piorar a qualidade dos produtos salienta Renato Meirelles, sócio e diretor do instituto.
A linguagem utilizada para esse target ainda causa ruídos nos elementos de comunicação. Uma das atividades enfrentadas pelo marketing – publicidade e propaganda esta na dificuldade de aproximação cultural e conceitual.
Embora não façamos uma nítida distinção entre os termos, convencer e persuadir, vistos como sinônimos é possível estabelecer uma distinção entre os dois atos. O primeiro identifica-se unicamente com a razão, alicerçando-se num raciocínio lógico representado por meio de provas objetivas, enquanto o segundo dirige-se à vontade, ao sentimento do interlocutor (ou interlocutores), por meio de argumentos plausíveis ou verossímeis, isto é, semelhante à verdade.
A linguagem pode ser analisada e estudada a partir da filosofia, especificamente no discurso aristotélico com a finalidade de convencer, capaz de atingir um “auditório universal” devido ao seu caráter demonstrativo, objetivo e atemporal, e, nesse caso, as conclusões decorreriam naturalmente das afirmações iniciais, como é próprio do raciocínio matemático ou dedutivo; já o ato de persuadir tem como alvo um “auditório particular” e caracteriza-se por ser ideológico, subjetivo e temporal. Convencer conduz a certezas; persuadir suscita inferências que podem levar o auditório (o leitor/ouvinte, o consumidor), ou parte dele, à adesão aos argumentos apresentados.
Pode-se dizer, portanto, que a publicidade é eminentemente persuasiva, pois procura levar um interlocutor a praticar um determinado ato. O discurso publicitário quase sempre apela mais à subjetividade do que ao julgamento “frio” do público; a adesão do público-alvo ao argumento do texto publicitário é resultado de um conjunto de elementos que não depende apenas da qualidade inerente de um produto. Para a construção do discurso persuasivo, os textos publicitários utilizam-se de diferentes estratégias argumentativas:
a) Provas concretas
É bastante freqüente o uso dessa estratégia em peças publicitárias; afinal a venda de um produto adquire mais validade quando devidamente demonstrada, através de imagens, de dados estatísticos, de descrição de detalhes do produto ou serviço, de imagens comparativas entre uma dada situação antes e outra depois. Como exemplo, citemos aqueles comerciais de produtos emagrecedores ou de combate à calvície em que sempre aparece uma pessoa obesa e, na seqüência, essa mesma pessoa surge com um corpo de fazer inveja a qualquer um. A despeito do tom cômico que estes comerciais possam sugerir o fato é que a estratégia revela-se interessante, considerando o poder comprobatório apresentado em tais comparações. Também outros tipos de comerciais, com linguagem menos cansativa, adotam estratégia semelhante, como os de sabão em pó, em que é comum mostrar uma primeira cena com crianças sujando a roupa, e uma outra cena em que as mesmas crianças aparecem com a roupa limpa graças ao poder de limpeza do sabão em pó em questão.
Em algumas situações, a evocação do concreto ocorre pela narração de fatos ou descrição de lugares, pessoas ou coisas. Considerando que o recurso à abstração e a noções genéricas dificulta o uso da imaginação por parte do ouvinte/leitor (consumidor), tornam-se muitas vezes necessárias tanto a narração quanto a descrição remetendo o texto a algo concreto, que exemplifique aquilo que se está afirmando. É o caso do texto abaixo, em que uma dona de casa dá um depoimento de uma situação prosaica, banal, como se estivesse narrando uma situação possível, além de descrever uma cozinha igualmente verossímil.
b) Argumento de autoridade
Essa estratégia é utilizada quando se recorre a um especialista em determinada área para ajudar a vender um produto, um serviço ou uma idéia. Assim, se para vender uma escova ou creme dental, o anunciante afirma tratar-se de um produto recomendado pela Associação de Odontologia, ou se um fabricante de rações para animais domésticos diz ser o produto dele o preferido por veterinários e por criadores/tratadores de animais, teremos argumentos de autoridade. Da mesma forma, quando em um anúncio de sabão em pó afirma-se ter sido o produto testado por laboratórios renomados mais uma vez haverá a presença da estratégia argumentativa baseada na fala de uma autoridade intelectual.
c) Testemunho autorizado
Há uma semelhança com a estratégia anterior, pois em ambas temos uma declaração de alguém que diz ter utilizado o produto anunciado. Neste caso, porém, os depoimentos são dados por pessoas comuns, não necessariamente especialistas em determinada área do conhecimento. Assim, quando uma dona de casa pode declarar ter utilizado uma marca de sabão em pó específica ou utilizado um produto qualquer à própria família, seu testemunho ganha em autenticidade, é autorizado pelo uso, pela experiência com o produto em questão. Esse recurso argumentativo é utilizado também quando um anunciante recorre a celebridades atuantes na mídia, artistas, esportistas entre outros. Neste caso em específico, é possível mesclar a estratégia à anterior, quando, por exemplo, um jogador de futebol anuncia uma determinada marca de calçado. É evidente que faz isso pela experiência, mas também por ser um especialista. A lógica de se recorrer a uma pessoa famosa é levar o consumidor comum a agir conforme as ações daquele por quem se nutre uma admiração, ou daquele a quem se deseja seguir os passos. Há também um outro raciocínio: é como se dissesse o seguinte: ela, que é uma pessoa famosa e não quer nem pode manchar a imagem pública, usa nosso produto, você, que é desconhecido, pode usar sem susto.
d) Axioma
Com o significado de ”verdade absoluta”, ou seja, uma afirmação de caráter incontestável, válida não importa onde, não importa quando. É claro que há em toda a verdade um componente negativo, mas aqui não é o espaço para uma discussão sobre a questão. O ponto que nos interessa é chamar a atenção para o uso que faz o discurso publicitário das afirmações axiomáticas. Evidentemente, que toda verdade de um texto, de um produto, pode ser contestada pela verdade de outro texto ou produto. No entanto, a fim de que o texto, a afirmação ganhe caráter persuasivo, é preciso que seja construída de maneira taxativa, peremptória. Um exemplo: qual das duas afirmações tem mais força: “Sempre Coca-cola” ou “Coca-cola de vez em quando”? Certamente a primeira. Pode-se dizer, pois, que boa parte dos slogans são construídos de modo axiomático, uma vez que procuram expressar uma visão de tal produto como o melhor. As operadoras de telefonia celular, normalmente procuram convencer o cliente com o mesmo slogan: o melhor serviço com as menores tarifas. Para se chegar à conclusão de qual teria razão depende de uma análise comparativa, mas para efeito persuasivo a estratégia utilizada é semelhante ou a mesma.Outros slogans: “Ômega: absoluto”; “Sempre o menor preço”.
e) A escolha das palavras não pode ser “neutra”
No discurso publicitário, a escolha das palavras devem ser revestidas de todo cuidado possível; as palavras devem “motivar”, criar uma rede de associações coletivas e individuais de forte apelo, cujo impacto pode ser decisivo no processo de persuasão/convencimento. As palavras devem traduzir uma visão positiva do produto anunciado; ainda que repetidos, clicherizados, termos como inesquecível, promoção, desconto, sucesso, beleza, satisfação, melhor, maior causam impacto em uma mensagem. É o que acontece em um slogan como “Seleção de preços baixos”, além do tom axiomático, termos como seleção e preço baixo são apelativas, uma vez que transmitem idéia positiva, afinal seleção transmite sensação de os melhores (produtos, preços).
f) Argumentação lógica, pragmática
O argumento pragmático é aquele que permite considerar um ato ou um acontecimento de acordo com suas conseqüências favoráveis ou desfavoráveis. Em outras palavras, trata-se de estabelecer uma relação lógica entre causa e efeito, causa e conseqüências.
Muitas das instituições bancárias se apropriam do uso do raciocínio lógico para transmitir ideia de segurança e rentabilidade. É como se dissessem: “Quer multiplicar seu dinheiro? Aplique nos fundos do Banco Alegria.” – ou seja, se o consumidor que almeja atingir resultados (efeitos) positivos, acaba por aderir tal discurso.
Apesar de que as estratégias não são as únicas, apenas as mais comuns no universo publicitário, nos diferentes canais, como televisão, rádio, outdoor, revista, jornal, folhetos, folders, internet, entre outras. É preciso lembrar que a estratégia argumentativa, qualquer que seja ela, não é a única determinante que fará o consumidor adquirir um produto. Outros aspectos influem na decisão final do indivíduo: preço, aparência da embalagem, facilidade de aquisição, pós-venda e principalmente no que tange a pesquisa etnográfica (perfil do consumidor, hábitos e níveis culturais). Outro ponto importante é que um mesmo produto, ou uma mesma peça publicitária, pode fazer uso de diferentes estratégias argumentativas. Por exemplo, uma campanha de sabão em pó pode mesclar em diversas estratégias de comunicação que vai desde a segmentação da target até a identidade que deseja assumir perante o mercado.
Um bom exemplo de superação, esta nas três maiores redes de supermercado do país – Pão de Açúcar, Carrefour e Walmart, que irão destinar cerca de R$ 6,3 bilhões de investimentos para este ano de 2011, com a finalidade de expandir os negócios voltados para as classes C e D.
Mais que discursos e argumentações lingüísticas na redação publicitária, existem por partes dessas empresas cuidados estratégicos em marketing. Não só de Produto, Preço e Promoção vivem a produção e a recepção. Neste caso, o destaque também é inserido na Praça, a famosa distribuição. O consumidor emergente também possui um alto grau de exigência. Chega a loja informado sobre as ações de marketing. Desta forma, as redes varejistas estão investindo também na estrutura física, no atendimento, nos serviços, na ambientação do lugar e na variedade de produtos.
O Grupo Pão de Açúcar esta transformando 150 lojas CompreBem (antigo Barateiro) e Sendas em Extra supermercados. Um novo modelo de supermercado de bairro, apesar de ser mais compacto do que o hipermercado, as lojas deverão oferecer uma grande gama de serviços, de acordo com a demanda mercadológica. O visual seguirá um padrão universal, sem diferenciações, pois a classe baixa não concorda com esses rótulos divisórios.
Desta forma, entendemos que a comunicação é um campo das ciências sociais que esta sempre em construção, regras são regras, mas ajustes e adequações são importantes para a confecção de uma permanência no mercado consumidor.

Fontes:Folha de SP, Caderno Mercado, 13/07/2010 e 04/01/2011
Referências Bibliográficas:
. BARRETO, Roberto Menna. Análise transacional da propaganda. S. Paulo: Summus, 1981.
. BARROS, Diana L. Pessoa de. Teoria semiótica do texto. São Paulo : Ática,1996.
. CARRASCOZA, João Anzanello. A evolução do texto publicitário: a associação de palavras como elemento de sedução na publicidade. S. Paulo : Futura, 1999.
. CARVALHO, Nelly de. Publicidade: a linguagem da sedução. São Paulo : Ática, 1996.
. CITELLI, Adilson. Linguagem e persuasão. 6ª ed., São Paulo : Ática, 1991.
. DIAS DE MELO, Luiz Roberto & PAGNAN, Celso L. Prática de texto: leitura e redação. 3ª ed., S. Paulo : W3 editora, 2001.
GUIMARÃES, Eduardo. Texto e argumentação. Campinas : Pontes, 198
M ARTINS, Jorge S. Redação publicitária: teoria e prática. 2ª ed., S. Paulo: Atlas, 1997.
. PERELMAN, Chaïm & OLBRECHTS-TYTECA, Lucie. Tratado da argumentação: a nova retórica. São Paulo : Martins Fontes, 1999.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Caos criativo: modo de usar

Folha de SP, 11/01/2011

Para Nizan Guanaes, publicitário e presidente do Grupo ABC, nós entramos numa nova década em pleno caos no que se refere ao processo criativo. Porque será? Vamos voltar no tempo e entender o tempo e o espaço da comunicação.
Se assim for, se o indivíduo só se manifesta pelo seu discurso, pelas mensagens que codifica e transmite a todo tempo, desde sempre ele se confunde com os signos que emite, ou seja, parodiando McLuhan, o sujeito é a mensagem. O que acontece neste momento é que as atuais interações eletronicamente medidas, por estarem “fora” da mente do indivíduo –“mentes projetadas”, descortinam este aspecto, desterritorializando a figura do sujeito emissor para a mensagem, dispositivos e meios. A mensagem é o que permanece, modifica, circula, é construída e desconstruída e ainda reconstruída a todo instante, a ponto de ser perder a noção de sua autoria em prol da co-autoria ou múltipla autoria.
Não devemos nos esquecer de que em cada processo ocorrem transformações no mundo, estreitamente ligada á globalização, com seu intenso e veloz progresso das tecnologias da comunicação e informação, que gradativamente anulam distâncias e diferenças culturais.
As mídias sociais também evoluíram em seu tempo e espaço e, agora são só mídias. Aliás, o sujeito (indivíduo) também virou mídia, que Guanaes chama de fio condutor de conteúdo humano. Porém, toda mídia esta exposta e quer ser valorizada pelo seu conteúdo. As pessoas ou mídias? Não podem ficar no anonimato e correm para o Facebook atualizar o seu espaço.
Para se ter uma noção da grandiosidade do conceito, o Facebook publicou 750 milhões de fotos sobre o último Réveillon alimentado pelos seus mais de 500 milhões de usuários em menos de 7 anos de funcionamento.
A história foi além das previsões, fotografias que até pouco tempo iam para álbuns ou mesmo caixas velhas ou gavetas agora estão nas redes sociais para quem quiser olhar. O que antes era privado ao sujeito, esta exposto ao público para apreciações e comentários.
O segredo virou publicidade e a comunicação uma conexão temporal, que nos permite a mergulhar na vida alheia do outro. Este fato se deve a tecnointeração conceituada por Sodré, 2006 – sociedade midiatizada, uma tecnologia diferenciada na comunicação social. Essa evolução é natural da indústria cultural. Quem diria que a suposta situação de Isaac Newton - Por que uma maçã cai da macieira para o chão, em vez de flutuar, gerou toda uma área especial para os estudos da gravidade. A mesma maçã ganhou um novo significado para Steve Jobs e sua equipe e lógico ao mercado, milhares de empreendedores começam a criar e lançar aplicativos para o novo “gadget” - em inglês: geringonça, dispositivo, é um equipamento que tem um propósito e uma função específica, prática e útil no cotidiano. São comumente chamados de gadgets dispositivos eletrônicos portáteis como PDAs, celulares, smartphones, leitores de mp3, entre outros.
Em outras palavras, é uma "geringonça" eletrônica, que hoje alavanca templos de consumo com sua retórica virtual pela vasta rede e-commerce, isso serve para lembrar a velha canção dos Titãs (Homem primata) capitalista e selvagem? Será que o processo criativo também é destrutivo?
Neste novo tempo e espaço, o sujeito precisa empreender seus conteúdos de forma inovadora, saindo do anonimato, de uma singularida para a pluraridade, porque “ser” ou “estar” sozinho, não faz mais parte do cotidiano. Não é tão fácil delimitar as fronteiras entre o moderno e pós-moderno, ou entre modernidade e pós modernidade. Para tal, convém lembrar que, durante muitos séculos, movida pela crença de que a Razão seria o meio mais confiável de entender e explicar a realidade, a humanidade adotou fórmulas supremas para resolver as mutações culturais e sociais em tempo real.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Propriedade intelectual é o motor da competitividade

Propriedade intelectual é o motor da competitividade
Segundo o Jornal Folha de São Paulo, 02 de janeiro de 2011, o Brasil esta para trás na corrida por patente (brand). Apesar do avanço na economia, não consegue chegar a 1% do total de registros de inovação no mundo.
A propriedade intelectual é uma ferramenta indispensável para a geração de novos negócios nesta era do conhecimento. Muitos rótulos conceituais tentam definir o período que vivemos, podemos afirmar que as atuais mudanças são, simultaneamente, causa e conseqüência da globalização, “conceito guarda-chuva” que nomeia e abriga uma série de transformações políticas, econômicas e culturais, cujo ponto central é a integração mundial dos mercados, explorador por corporações multi e transnacionais. Rapidamente, vai se concretizando a profecia de McLuhan (1969) de que o planeta se tornaria uma gigantesca “aldeia global”. Porém, alguns autores realçam a troca de informações via redes digitais, como, por exemplo, Sociedade da Informação (nomenclatura adotada por muitos países), Sociedade do Conhecimento e Sociedade em Rede (CASTLLS, 1999). Outros ainda, “desencantados” com a crescente perda da referenciação, ou seja, perda da fidelidade dos signos às suas contrapartidas no mundo “real” enfatizam o caráter fantasmagórico dos signos na pós-modernidade como Baudrillard, 1991 em simulacros e Debord, 1997, que cunhou a expressão Sociedade do Espetáculo.
O Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Intelectual, responsável pelo exame de pedidos de patentes (brand) no Brasil tem atualmente um grande gargalo: a diferença entre o número de depósitos e sua capacidade de exame. Talvez isso ocorre devido a evanescência da informação causada pela cultura digital ou para os estudiosos em comunicação “o ciberespaço” que acaba gerando uma tremenda confusão, pois a primeira palavra que vem a mente é a internet. O Ciberespaço é o ponto de confluência das redes, sendo, portanto, o espaço composto por todos os computadores conectados, podendo ser empregado tanto para rede física, como para as trocas semânticas – chamado de por muitos de espaço virtual.
Desta forma, o Inpi possui um atraso de 8 anos em seus pedidos, sinal que a tecnologia evoluiu e a mente humana ainda opera com lentidão. Se o homem criou a máquina para ter agilidade em seus processos, porque será que ele foi posto para trás dela? Entretanto, conhecimento é um saber de grau elevado: se o dado pode gerar uma informação, o conhecimento só pode ser gerado a partir de uma informação processada e interpretada pela mente humana, mediante o confronto com/entre outros dados e informações. Seria neste caso uma crise de paradigmas? Um ponto a ser lembrado é que o novo período requer uma nova visão de mundo. Ora, para tal, é preciso refletir sobre a maneira como entendemos o mundo, ou seja, como este mundo, com seus seres, fatos, fenômenos e relações que impactam em nossa mente e nos faz reagir frente a algumas situações. Afinal, quando um novo paradigma se instala, a primeira reflexão que ele nos solicita é justamente essa: como percebemos o mundo que nos cerca e como reagimos frente a um estímulo.
Para o Brasil tornar-se um país inovador, é necessário despertar a nação, sobretudo ao ponto de vista universal do melhor aproveitamento da informação, para que ela se torne um conhecimento necessário à propriedade intelectual. O sistema de propriedade intelectual (brand) deve proteger os frutos da atividade criativa e inventiva e respectivos investimentos. O homem cria para aprimorar suas capacidade e satisfazer suas necessidades, mas acima de tudo gera renda, economia. A marca deve nesta ação alcançar ao longo do tempo seu desenvolvimento por meio de marketing e publicidade, o segredo do negócio, segundo Poster, 1995, p. 57-60 apud SANTAELLA, 2003, p. 125-126, “a sociedade informacional produz uma reconfiguração da linguagem, constituindo os sujeitos culturais fora do padrão do indivíduo racional e autônomo que caracterizou a cultura impressa. Esse sujeito multiplicado, dessiminado e descentrado, é continuamente interpelado como uma identidade instável”.
Com rege a filosofia, não só de estética e dialética regem as comunicações, é preciso da ética e da lógica para deter os direitos para proteger uma marca contra o uso não autorizado de seus produtos, processos e serviços. A organização deve incorporar em seu patrimônio à patente junto ao Inpi seja ela uma marca nominativa, figurativa, mista ou tridimensional. Tal ação impera e oferece satisfatoriamente segurança, permitindo que se defenda da concorrência e auferir lucros.
Somente assim, espera-se que o Brasil, além de importante exportador de matéria-prima converta-se ao protagonismo de uma nova economia mundial e criativa, baseada não só em seus recursos naturais, mas produtivos de promoção e inovação que conseqüentemente comercializa produtos e processos por meios eficientes da melhor qualidade.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Canais e publicitários questionam variações

Segundo matéria publicada pela Folha de São Paulo em 15 de agosto de 2010, intitulada: Canais e publicitários questionam variações – metodologia empregada, abrangência da lei e percepção auditiva são usadas por emissoras para justificar resultados, o volume dos breaks comerciais sofrem alterações para mais com a finalidade de chamar a atenção do receptor como forma de persuasão e fixar a informação na memória segundo estudos ligados à psicologia e comunicação.
Infelizmente, nos curso de comunicação social o futuro publicitário aprende algumas noções de psicologia social ou aplicada ao consumidor, dificultando a impressão que deseja causar mediante ao seu público-alvo, pois, desta forma o anúncio acaba por se tornar arrogante e agressivo, deixando de conquistar o seu share of mind, um dos maiores desafios dos profissionais de comunicação e do mercado publicitário. Tal tendência nos moldes contemporâneos é condição fundamental para a sobrevivência não só de produtos como também das marcas (brand).
Esta percepção se dá no período noturno, onde o silêncio é maior, desta forma o telespectador já esta preparado com seu controle remoto na mão, pois, a cada intervalo é necessário baixar o volume. Mas como tudo neste país só funciona através do ato consumado, algumas emissoras e profissionais de publicidade acabam se esquecendo que existe a Lei 10.222, de 09.05.2001, que padroniza o volume de áudio das transmissões de rádio e televisão nos espaços dedicados a propaganda.
Algumas emissoras possuem suas justificativas sobre a ação: A TV Globo, por meio de sua central de comunicação se utiliza de equipamentos de equalização que mantém a variação dentro da freqüência, porém, há existência de uma oscilação de gêneros na percepção auditiva para cada grade. Em novelas e filmes, por exemplo, os diálogos possuem espaçamentos, o que não ocorre com os comerciais que são mais acelerados.
A rede Record e a Band afirmam que as emissoras seguem rigorosamente a lei e que através de seus equipamentos nivelam os áudios, porém, a última evidencia que há pequenas alterações. Já o SBT diz a Folha de São Paulo que segue as recomendações do Grupo de Trabalho de Loudness da Sociedade Brasileira de Engenharia de televisão, composto por membros da Anatel e Ministério das Comunicações. Mas, não é bem o que parece, pois seus intervalos são grotescos invadindo muito além do nível de percepção.
As emissoras fechadas como Turner (Cartoon Network, Boomerang, TNT e TCM) assumem tais diferenças e na medida do possível já começa a regularizar suas ações. A Discovery Networks diz que mesmo que a lei não se aplica a TV por assinatura, existe providencias de padronização.
Feliz o Ministério Público que alega que a lei se aplica sim, também aos canais fechados. Que impasse não? Afinal de contas a lei é para todos ou não? Então por que estudar a mídia nas universidades? (SILVERSTONE, 2002) talvez tenha as respostas para essas perguntas: 1) Transcendência espacial – ligar a TV muitas vezes invadem a nossa privacidade, logo, ninguém gosta de gritos por mais que seja um discurso Hard Sell – discurso aplicado nos anúncios varejistas. 2) Ocupar um espaço não significa possuí-lo / ter direitos sobre ele, então cada emissora deve seguir as regras. 3) Nossa capacidade de nos envolver com a mídia é pré-condicionada por nossa capacidade de manejar a máquina, neste caso as máquinas existem para nos ajudar e não atrapalhar. 4) A tecnologia não é singular, então regras são regras – para todas as emissoras! 5) Formas, estruturas, tons de voz nos convencem de que o que a mídia transmite é real e o consumo serve para apaziguar ansiedades quanto à nossa capacidade de sobreviver e prosperar no que diz respeito tanto à subsistência como ao status, mas não consegue refrear de uma vez por todas nem a ansiedade, nem a carência e nem o desejo.
Então que verdade seja dita, e a fiscalização cumprida, a propaganda para muitos acalma através de seus apelos, criam ou recriam desejos e identidades, mas, as mídias devem seguir com suas programações nos formatos pré-estabelecidos pelos órgãos competentes. Caso contrário, seremos reféns do zapping, gritou comigo, falou um pouco mais alto? Mude de canal!